domingo, 9 de agosto de 2009

Dia dos pais...

Hoje é o dia deles...
Aqueles que nem sempre sabem expressar o que sentem, mas que certamente fazem tudo que está ao alcance por essas pequenas criaturas, que não importa quão grande estejam serão sempre seus meninos...
Aqueles que se matam de trabalhar de sol a sol, pensando unicamente em prover a sua cria aquilo que não puderam ter.
Aqueles que têm o papel mais cruel da criação: são responsáveis pelas brigas, castigos, cobranças e, executam com perfeição a tarefa, mesmo tendo por baixo da máscara um coração enorme, bondoso e dolorido, calejado por essas atitudes.
Hoje é o dia dedicado a pessoa responsável por metade dos nosso gens e, por incontáveis características que moldam nosso caráter.
Então resolvi postar um pequeno textinho sobre essas figuras, tão importante em nossas vidas: Os papais.
Então, aqui vai o post em duas partes, pois ficou enooorme....

O texto:

O homem caminha tranquilamente pela orla... Esta é uma das praias mais conhecidas do mundo e, ele está caminhando para um encontro. A noite está perfeita para esse tipo de coisa, a Lua paira amarela e gigante acima de um mar calmo, lembrando a cena de um filme.
Dentro dele, um turbilhão de sensações é alimentado por imagens de um tempo que não volta. Olhando pro mar, ele quase consegue tocar aquela menina travessa, de cabelos castanhos curtinhos e olhar inocente. Uma cena de sua vida passa em sua mente e, nela, ele está ali, com aquela menina brincando de catar Tatuí e desejando que o tempo não passe nunca. Eles correm, fazem castelos de areia, se dão a mão para entrar na água. Ele a ensina a não temer o mar, mas respeitá-lo e, sem saber, desperta nela uma paixão imensurável.
Ao longe uma buzina toca e ele é arrancado à força de perto daquela menininha, saindo assim do mundo das lembranças. Então ele se dá conta de quanta coisa se passou desde as caçadas a Tatuís e bichinhos do mar.
Outra sensação o invade, e, dessa vez ele se lembra de outro quando, e ela ainda está lá, a mesma menina traquina. E, enquanto percorre o caminho até o Arpoador, muitos e muitos filmes se passam em sua mente. Em todos eles, esta menina aparece.
Quase como um fantasma, ou um anjo da guarda, lá está ela, intocável, insubstituível, imaculada. De uma forma ou de outra, a única coisa que ele tem certeza é que desde que ela surgiu em sua vida, tudo mudou. Desde o momento que a viu, ele não foi mais o mesmo. Ela o fez crescer, despertou muitas coisas boas que ele não sabia ser capaz de sentir. Ela o fez aprimorar suas qualidades e, tentar ao máximo “concertar” ou aceitar seus defeitos.
Foi por ela que ele viveu durante muitos anos. E é por ela que ele ainda faz o seu melhor, sempre. E, como não poderia deixar de ser, é por ela que ele está aqui hoje. É com ela que vai se encontrar e jantar.
O local de encontro está cada vez mais perto e, seu coração parecer querer sair pela boca. Ele não sabe se anda mais lentamente ou se apressa o passo. Ao telefone, ela disse que tinha algo muito importante para contar. Ele está preocupado com isso, não sabe o que esperar e, nem tem pistas de que atitude deve tomar.
Ele agora a vê. Seus cabelos balançam com o vento e, já não são curtos. O castanho deu lugar a uma coloração avermelhada. O olhar inocente foi substituído por um olhar austero, de quem sabe exatamente o que quer e, corre atrás. As traquinagens há muito deveriam ter sido deixadas pra trás, mas contrariando tudo o que disseram sobre adultos, ela ainda cultiva aquela menininha e, sempre que pode pratica suas travessuras.
Seus olhares se encontram e, por um momento ele luta com aquelas lágrimas que insistem em inundá-los cada vez que se vêem. Ele pisca para afugentá-las e a olha novamente. Só então percebe o homem ao seu lado. Ele já o viu diversas vezes antes e, até tem um carinho especial por este homem. Mas quase não consegue esconder o ciúme e a pontinha de raiva que surge, quando lembra que ele o tirou de seus braços.
Seu desejo é correr até lá, pega-la pelas mãos e levá-la para casa, deixando esse homem ali, desconsolado, abandonado. Mas ele sabe que não pode fazer isso. Então, faz o que lhe é permitido. Aperta suas mãos ao chegar, troca algumas palavras com o larápio então, olha profundamente nos olhos da menininha que mudou sua vida. Ela ainda é mais baixa que ele, mas ele já não precisa olhar para baixo para ver seus olhos.
Ela lhe dá um sorriso genuíno e o envolve em seus braços. O abraço é tão apertado que ele quase sufoca mas, quando ela solta ele deseja que aquilo não tivesse terminado. Ela dá um beijo demorado em sua face e os três então caminham para o restaurante, onde uma mulher que ele também conhece muito bem e, por quem tem um amor genuíno, mas diferente daquele que nutre por ela, se junta a eles.

...
(continua)

Dia dos pais...

...
(continuaçao)

O jantar passa de forma tranqüila e, ele não entende o que era tão importante de se dizer e, mesmo assim não ousa atrapalhar aquele momento. Eles conversam bastante e, falam de momentos vividos, de planos futuros, de uma viagem que está próxima. Ele realmente se deleita com aquele momento e, sabe que ficara em sua lembrança. As a sobremesa acaba e, não resta nada a fazer senão caminhar um pouco na ciclovia, tentando estender o tempo que passam juntos.
Os quatro sentam-se olhando o mar e, ela diz a ele que precisa lhe falar. Ele sabe que o momento que tanto teme está prestes a acontecer e, sugere que passeiem um pouquinho enquanto conversam. A conversa começa com assuntos leves, passa por lembranças daqueles momentos tão marcantes e, chega aos planos mais pessoais para o futuro.
De repente, ela se lembra que tem um embrulho na bolsa e entrega a ele. Ele abre o presente mais que depressa e sorri ao ver o que é. Em suas mãos, um porta-retratos prateado, com duas fotos dos dois. A primeira mostra a imagem que primeiro veio em sua memória: os dois na praia há muitos anos. A segunda é recente e mostra a felicidade de ambos na comemoração do ultimo natal. Nas duas fotos, a mulher que jantou com eles aparece e, tão feliz quanto os dois, sorri.
De repente ele se dá conta que aquela menininha é agora uma mulher e, quase se esquece de abrir o envelope de papel que veio junto com o porta-retratos. Fica um segundo absorto em pensamentos, até que a voz mais doce que ele conhece o traz de volta perguntando:
- Não vai abrir o envelope?
- Ah! O envelope...
Ele o tinha esquecido. Ele a olha ternamente e abre o envelope. Ali está a notícia que ela tanto queria dar a ele. Dentro do envelope um papel que se parece com o resultado de um exame. Ele abre calmamente o exame e o lê.
De repente, seus olhos se inundam, e ele não consegue esconder as malditas lágrimas. Ela imediatamente o abraça, acaricia sua nuca e sussurra em seu ouvido:
- Feliz Dia dos Pais.
Mais depressa que ele pode perceber, ele está ali abraçado aquela mulher e, não deseja sair dali. É a vez dele de apertá-la com toda força. Outro turbilhão de sentimento passa em sua cabeça.
Ele tem vontade de rir, de chorar, de bater naquele maldito homem que jantou com eles e, de abraçá-lo tão forte quanto acabou de abraçá-la. Nesse instante, ele percebe que a menininha da praia realmente cresceu. Tem a certeza que fez absolutamente tudo que podia ter feito e, fica feliz com o resultado de seus esforços parado, sorrindo, ali na sua frente.
Então, ele entende que esse é o melhor dia dos pais que já passou com ela e, que ela lhe deu o presente que ele mais queria receber e, que ao mesmo tempo mais temia. Ele relê o papel do envelope, ainda está confuso. São muitas coisas pra processar nesse instante. Quando acaba de ler, olha para ela novamente e percebe que ela está ficando assustada, como se temesse o que ele dirá.
Ele sorri, toca suavemente seu ventre e, ainda chorando diz:
- Eu vou ser avô! Esse é o melhor presente que você poderia me dar...
Ela o abraça novamente e, também chorando diz:
- Eu te amo, papai! Tenho certeza que será o melhor avô do mundo... Afinal, basta repetir o que fez comigo.
Os dois sorriem e, de mãos dadas voltam a encontrar o homem e a mulher que os acompanharam naquela noite e, que estão tão eufóricos quanto eles com essa notícia maravilhosa.
Ele deixa a raiva de lado e dá um abraço apertado no homem ali mesmo, na frente das duas. Afinal, ele agora não é mais o ladrão de sua filha, mas o pai de seu neto.
Sua esposa, orgulhosa para ao seu lado, lhe dá as mãos e, assim os dois ficam ali, olhando o mar e, planejando o futuro, enquanto lembram o passado...


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Obviamente esse é um texto de ficção. E, como hoje meu querido pai não está aqui, para receber meu abraço, meu presente, meu carinho, aproveito para dizer que não o esqueci e, que a cada dia ele está presente, das mais variadas formas possíveis... Como diz a letra de uma das músicas que mais gosto: Pai, "Você faz parte desse caminho, que hoje eu sigo em paz..."
Bjks e bom domingo a todos!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Fragmento... De novo...

Pronto!!!
Esse mês serão três post, pelo menos!!!!
Cansada de estar ausente daqui...
Como ainda estou escrevendo uma história, que acho que nunca vai acabar...
Aqui vai outro fragmento...

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Hoje está uma noite perfeita para caminhar. A chuva cai faceira, bailando com o vento frio. As ruas estão vazias e o silêncio é facilmente ouvido. Ele caminha tranquilamente pela cidade, os pensamentos perdidos nas imagens formadas em sua memória. Está num subúrbio qualquer de uma cidade qualquer, um lugar ao qual ele não pertence, mas onde escreve nesse instante sua história.
Ele está indo a uma livraria, escolher uma boa leitura que o faça esquecê-la. No caminho de volta resolve parar num café que insiste em permanecer aberto, apesar do mau tempo e da escassez de fregueses a essa hora. Abre o livro e, saboreia o prefácio, enquanto aprecia seu café expresso com chantilly.
Assim como um dos personagens, ele também tem por hobbie a leitura e, ainda de forma semelhante ao rapaz do livro, ele não tem muito do que se orgulhar da sua vida até aqui. Foi um aluno medíocre, trabalhou em alguns lugares, machucou algumas garotas que o amavam, foi tantas vezes machucado. É um rapaz bonito, inteligente, com um futuro brilhante, pois faz com perfeição tudo aquilo que gosta de fazer.
O café acaba e ele resolve caminhar um pouco mais. Os pensamentos voltam e ele começa a lembrar o motivo de tudo isso. Por mais que queira é impossível evitar essa linha de raciocínio. Então ele simplesmente volta ao hotel. Toma um banho quente e demorado. Essa é uma das poucas coisas que o faz relaxar. Pede alguma coisa para comer no quarto mesmo e depois de um jantar solitário, cai na cama, exausto e completamente dominado pelo sono.

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Desculpe a falta de conexão com o anterior, mas as coisas me vem assim.. Aos pedaços... Depois tenho que montar um quebra-cabeças...
Mas esse pedacinho ta bonitinho...
Bjks